quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ar condicionado pode fazer mal à saúde

Michelle Occiuzzi
Breno Queiroz

O verão não chegou, mas as temperaturas em Campinas já chegam á 30° C. Entrar em um ambiente fresquinho nesse momento é um verdadeiro alívio, mesmo para quem não gosta muito de ar-condicionado. Mas para que esta sensação prazerosa não se transforme num problema de saúde, é preciso tomar alguns cuidados com esse equipamento.

Para resfriar, esses aparelhos absorvem o ar quente do ambiente, extraem a umidade e devolvem um ar bem mais fresco, mas também muito mais seco. Esse ar resseca as mucosas do nariz, da boca e até da laringe e da faringe, causando doenças respiratórias.

De acordo com o cirurgião torácico, Marcelo Manzano Said, um dos problemas mais críticos relacionado ao ar-condicionado é a exposição constante a temperaturas extremas em vários momentos do dia: do clima muito quente para o muito frio e vice-versa. “Essas mudanças bruscas na temperatura são um desafio às defesas do organismo, se o corpo não está preparado, o surgimento de quadros infecciosos acaba sendo inevitável”.

Além do choque térmico que faz mal a saúde, outro fator preocupante é a falta de manutenção do ar-condicionado, tanto no ambiente privado como no público, por isso é essencial a limpeza e higienização do aparelho. Já em automóveis essa preocupação deve ter um cuidado redobrado.  

Atualmente, esse equipamento tornou-se um fator decisório na hora da compra. O aumento das vendas desse sistema se deve não somente às altas temperaturas e ao conforto, mas também a queda de preço do produto e à falta de segurança nas grandes cidades.

“Nos dias de hoje não é possível ficar sem ar condicionado. Primeiro porque o calor é muito grande e segundo porque não dá para andar com os vidros abertos e correr o risco de ser assaltado”, contou o motorista de táxi, Sergio Araújo. “Hoje eu não fico sem ar condicionado no carro, fico com ele ligado de manhã até o final do dia”, completou.

Mas passar tanto tempo com o ar condicionado ligado dentro de um espaço tão pequeno como o automóvel, além dos problemas causados pela baixa umidade no ar e pelas mudanças bruscas de temperatura, o uso desse equipamento pode acarretar outros tipos de doenças.



De acordo com o supervisor de assistência técnica automotiva Leonel Contrera, a manutenção do ar condicionado varia de acordo com o usuário. “Normalmente, os manuais dos carros alertam que a troca do filtro do ar-condicionado deve acontecer de 10 a 15 mil quilômetros. Mas isso depende muito da marca do veículo e da maneira como o motorista usa o equipamento. Se uma pessoa passa o dia todo com o ar-condicionado do carro ligado, esse prazo pode até diminuir. O importante é não deixar esse tempo se estender muito, porque se não o equipamento não funciona da maneira adequada”, explicou.

Já o filtro do ar-condicionado nos equipamentos residenciais ou comerciais, estes devem sempre ser lavados. Mas tanto um quanto o outro, para manter a umidade do ar e garantir a limpeza total do ambiente e do interior do veículo, devem passar por uma limpeza mais profunda. É o que recomenda o especialista em higienização de ar condicionado Franscisco Nere da Silva: “Trocar o filtro do carro e lavar o do equipamento usual, não basta. É importante utilizar um vaporizador com um produto bactericida em todo ambiente. Muitos ácaros ficam nos estofamentos. Nos carros, o ideal é desmontar todo o painel e limpar as peças de todo o sistema”, contou.



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