quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ano da França no Brasil termina, em Campinas, com eventos de cinema e fotografia



Giovana Traldi Simoni
Guilherme Spagiari de Godoy

Dois mil e nove foi escolhido como o ano da França no Brasil. Diversas atividades culturais foram espalhadas por todo o país desde o mês de Março. Em Dezembro, os eventos comemorativos se encerram e a cidade de Campinas permanece com mais duas atrações para aqueles que ainda não conseguiram prestigiar essa difusão da cultura francesa traduzida em arte.

Os eventos culturais do ano comemorativo em Campinas são organizados pela Aliança Francesa. A diretora da escola, Peggy Giordano, conta que a instituição sempre promove eventos culturais para difundir a cultura francesa na cidade e por isso não poderia deixar de aproveitar a oportunidade que surgiu nesse ano.

A exposição fotográfica “O pedestre de Paris” fica na praça da fonte do shopping Iguatemi Campinas até a primeira quinzena de Dezembro. São 19 fotos expostas sob a curadoria de Sophie Schmit.  O intuito dos artistas foi fotografar paisagens cotidianas da cidade de Paris em perspectiva, o que permite ao visitante penetrar na atmosfera criada.

Barbara Salgado Ferst Heckler, 24, soube da exposição por trabalhar em uma empresa jornalística e veio de São Paulo prestigiá-la. “É incrível como através das fotografias eu consegui me sentir em Paris, passeando pela Champs-Elysees. Adorei as fotos e a montagem da exposição, tudo ficou muito harmonioso e com um clima parisiense”, conta entusiasmada.

Alguns interessados na exposição como Vanessa Bottasso Valentini reclamaram da divulgação pobre e da falta de informação por parte do shopping. A estudante de 19 anos alega que não conseguia encontrar o local da exposição e quando perguntava para alguém do shopping não recebia nenhuma resposta satisfatória. “Não tem nada que nos guie até a exposição, perguntei para muita gente e ninguém sabia me responder. Acabei achando a exposição por acaso. O local ficou lindo, todo decorado, mas não tem quase ninguém prestigiando. Acho que isso foi uma falha da organização”, conta.




A partir do dia quatro de Dezembro a oitava edição do Festival Varilux de cinema francês começará a ser exibido no Cine Topázio de Campinas e se estenderá até o dia 11. Como nos anos anteriores ele será exibido simultaneamente em 14 cidades do país. O festival conta com uma seleção de sete filmes especialmente escolhidos para essa edição que coincide com o ano da França no Brasil.

Paulo Celso Lui, 42, gerente geral do Topázio, acredita que essa é uma ótima oportunidade de conhecer grandes sucessos de crítica do cinema francês, como “Entre os muros da escola”. Para ele a difusão da cultura francesa através de filmes é bastante interessante e com ela torna possível ao espectador brasileiro estabelecer relações entre a cultura francesa e a brasileira através de algumas das produções. “O filme “Entre os Muros da Escola” fala de um tema atualíssimo, que traz bastante semelhança com a realidade educacional brasileira”, conta Lui. É possível conhecer as produções que serão exibidas através do site do festival.

Serviço:

Evento: Exposição Fotográfica “O Pedestre de Paris”
Data: até 13 de Dezembro
Local: Shopping Iguatemi - Avenida Iguatemi, 777
Valor: Gratuito
Contato: (19) 3131-4646

Evento: 8ª Mostra de Cinema Francês
Data: 04/12/2009 a 11/12/2009
Local: Cine Topázio – Av. Washington Luiz, 2480 - Shopping Parque Prado
Valor: não disponível
Contato: (19) 3875-2123

Uso de medicamento para tratar úlcera provoca aumento de abortos em Campinas



Um medicamento indicado para tratamento de problemas relacionados à úlcera gástrica tem sido usado para fins abortivos. É o que revelou uma pesquisa feita pela ginecologista Daniela Fornel de Oliveira Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, em Campinas.

O estudo, realizado no período de junho de 2008 a abril de 2009, nos hospitais públicos da cidade, divulgou um aumento de 48% nos casos de interrupção de gravidez na cidade. O que chamou a atenção da pesquisadora foi o baixo índice de complicações das pacientes devido ao uso da droga.


O remédio, que não é vendido em farmácias, pode ser encontrado facilmente no  mercado paralelo com preços entre R$ 50,00 e R$ 400,00.  O que atrai as consumidoras é o fato de que, diferentemente de outros métodos que podem, inclusive levar à morte, a droga reduz os riscos, tem poucos efeitos colaterais e quase não apresenta sinais de indução. “Em determinados casos de aborto terapêutico, o seu uso é re­comendado, mas só pode ser feito em hospitais”, explica Daniela.

A organização Mundial da Saúde estima que mais de 30% das gestações no Brasil terminam em aborto, o que significa perto de 1 milhão de interrupções de risco, atingindo mais as mulheres de baixa renda. Estatísticas mundiais indicam que uma mulher morre a cada três minutos em decorrência do aborto inseguro. De acordo com a UNICEF, os abortos sem segurança causam 12% das mortes entre mulheres grávidas na América latina.


Saiba Mais


Legalização do aborto gera polêmica

A pesquisa realizada em Campinas evidenciou uma realidade oculta na sociedade e que as mulheres evitam comentar. O aumento dos casos de abortos induzidos revela um novo comportamento entre o público feminino. Seja por adquirirem os medicamentos no mercado ilegal ou por medo de rejeição da sociedade, quem opta por essa prática prefere se calar.


Todas as mulheres que passaram pela experiência de interrupção de gravidez, seja premeditado ou não, enfrentam fatores psicológicos que podem levar à complicações emocionais. Apoiada em fatores religiosos, Lucia Queiroz, enfermeira do hospital Anna Cintra em Amparo, diz que já presenciou mulheres transtornadas emocionalmente após o ato. “Uma vez que se torna mãe a mulher será sempre mãe, tenha nascido seu filho ou não, a imagem do filho morto estará sempre presente na vida dela”, completa a enfermeira.


A legalização da prática do aborto divide opiniões entre as mulheres. Seja por fatores religiosos, econômicos ou pessoais, os pontos de vista se chocam e deixam em aberto o debate. Ter ou não direito de interromper uma gravidez é um assunto que promete se arrastar por um longo tempo.

Confira o áudio com o depoimento de duas mulheres. S. G., 42 anos se posiciona a favor da prática, enquanto B. P., 23, é totalmente contra:





Fãs praticam automobilismo pela internet


Marília Varoni 
Raoni Frizzo

Futebol, vôlei, natação – os esportes atraem todas as idades e classes sociais não só para o entretenimento, mas também para a prática. E o automobilismo, com milhões de seguidores por todo o mundo e uma estrutura diferenciada, como ter acesso e poder praticar?

Está aí uma questão que a internet e sua rede de relações conseguiu resolver. Atualmente, os corredores se encontram nas ligas virtuais. Entre os participantes estão crianças, jovens, adultos, homens e mulheres que se encantam com a emoção da velocidade. Além dos pilotos, encontramos também as torcidas. Muitas pessoas chegam a acessar as corridas e acompanhar a desenvoltura dos corredores nas corridas virtuais, alguma até com transmissão ao vivo. E é tudo organizado, com horário marcado, pontuação e reconhecimento.

Um dos fãs do segmento é o editor de vídeo Fábio Ferelli Vasques. O sul-matogrossense de Campo Grande conta que sua paixão pelas corridas de carros começou nos anos 80, quando ganhou seu primeiro videogame, que nunca mais largou e foi acompanhando a evolução dos jogos de corrida. O ‘piloto’ conta que viu pela internet uma liga de competições e resolveu se aventurar. “De cara fiz meu cadastro e comecei a participar do fórum, fiz várias amizades, entrei em uma equipe e comecei a correr”, explica.
Com adeptos espalhados por todo o país, a região de Campinas também possui participantes no automobilismo virtual. Um exemplo é Luis Felipe Gamper. Seguidor dos simuladores há quase 15 anos, o estudante de engenharia de produção conta que depois que adquiriu um volante sua diversão aumentou consideravelmente. “Com o volante a imersão é bem maior, parece que você está realmente pilotando”, afirma.
Gamper ainda conta que existem algumas diferenças entre quem pilota um simulador e um carro de verdade. “A grande diferença entre os simuladores e a vida real está nas forcas G (forças da gravidade). Na vida real, você tem uma boa noção da sua velocidade e aceleração pelas forças G que atuam no seu corpo e isso te ajuda muito na pilotagem. Por isso, na minha opinião, pilotar um simulador é mais difícil do que na vida real”, explica.



Mas por trás de toda a diversão há uma nem tão simples organização. Para manter a ordem e um convívio justo entre os diversos participantes, as ligas possuem os chamados ‘administradores’, cuja função é a de elaborar campeonatos, regras, manter todo um sistema de dados em ordem. O vendedor Fernando Tumushi se enquadra no perfil citado. Administrador da liga GPL Brasil, que reproduz campeonatos baseados na Fórmula 1 dos anos 60, Tumushi trata sua função como “um desafio”.
“As disputas virtuais, não envolvem apenas as corridas, porém todo o contexto de um evento automobilístico e é necessário colocá-lo em prática. Conciliar ideias de 20, 30 pessoas não é uma tarefa fácil. É preciso ter cautela e muita desenvoltura para que cada ação não venha a gerar um conflito. Pensamos em regras, testamos elas e as colocamos em prática”, argumenta.
O administrador conta que a idade não é um fator que impeça quem estiver disposto a participar das corridas, já que há uma mescla de jovens de menos de 18 anos até pilotos acima dos 50 anos. Por fim, ele deixa seu recado para quem ainda pretende ingressar neste ‘mundo’: “Tenham força de vontade. Para aprender a pilotar, a saber seus limites e respeitar ao próximo, pois mesmo que não haja nada físico nas disputas, os outros veículos que aparecem na tela, são comandados por outras pessoas. O resto é só diversão”.
Companheiro de Tumushi na organização dos campeonatos, o capixaba Thiago Lemos, estudante de ciência da computação, nos conta no áudio abaixo mais um pouco de como é o processo de organização de uma liga virtual. A declaração dele você confere junto com algumas imagens de simuladores disponíveis para os pilotos virtuais.

Engana-se quem pensa que apenas brasileiros disputam curvas no mundo virtual. Pessoas de outros países, como a Argentina, dividem o mesmo espaço com os brazucas, tudo em um clima de cordialidade e atraídos pelo mesmo interesse: a paixão pela pilotagem. O repórter fotográfico José Carminio diz que tem uma relação muito boa com os brasileiros e ama o país, e que não há divergências entre os povos, ao contrário do futebol. “O público do automobilismo é tolerante. Aqui nas corridas há públicos de distintas equipes compartilhando comida, bebida e depois se miram às corridas. Isso pode se passar no futebol? Definitivamente não. Creio que o futebol divide, é violento geralmente”, argumenta.

Desenhos conquistam fãs para o esporte



Marília Varoni 
Raoni Frizzo


Dentro da rede de relações da internet, alguns nomes acabam se destacando. Um deles é o de Bruno Mantovani, 29 anos, apaixonado por automobilismo.

Bruno acompanha o esporte e cria charges após as corridas. Um dia, o jornalista Flávio Gomes descobriu os desenhos e postou um deles em seu blog. Na ocasião, o piloto Kimi Raikkonen havia batido o carro no Grande Prêmio de Mônaco, e foi desenhado pilotando um carrinho de bate-bate. A divulgação através de Flávio Gomes foi o suficiente para que o blog do Bruno tivesse um número de acessos de aproximadamente 50 mil visitantes.

Assim, sem planejamento, o estilo “pilotoons” começou a circular na internet. Criados inicialmente para ilustrar um caderno de fórmula 1 com a ficha dos pilotos, os desenhos passaram a fazer parte do cotidiano de Bruno – após cada corrida, ele cria uma nova charge ou uma animação para ilustrar o que aconteceu.



Atualmente, o blog dele recebe 40% de acessos internacionais – entre eles Inglaterra, Espanha e Portugal. Ele conta que na sua cidade natal, Serra Negra, quase não é reconhecido pelo trabalho quanto na internet. “É um mundo paralelo”, conclui.

Com esse trabalho, os pilotoons acabam sendo responsáveis por influenciar pessoas de todas as idades a acompanhar notícias sobre o automobilismo e até mesmo as próprias corridas. Bruno conta que seus desenhos já foram publicados em sites de design, e certa vez até num blog de receitas. “A dono do blog disse que postou porque achou bonito”, relembra.

Sobre a reação dos pilotos, Bruno conta que já recebeu uma ligação do advogado de Felipe Massa. Durante a conversa, o advogado pediu para que ele não fizesse nenhum desenho que pudesse comprometer a imagem do piloto. O desenhista também já recebeu muitos e-mails dos fãs dos pilotos. Um dos casos que ele mais recebeu mensagens foi quando desenhou Rubinho Barrichello num cemitério, após a temporada de 2008, quando o piloto não tinha onde correr. “Você vai engolir sua língua!”, enviaram os fãs de Barrichello.



Mas a real intenção de Bruno é apenas divertir, fazer o que gosta sobre o assunto que mais gosta. Seus desenhos não pretendem ofender ninguém, até porque ele também é fã do automobilismo.

Automedicação é responsável por 30% dos casos de intoxicação




Fabiana Andrade
Renan Flud

Quem nunca tomou um remédio sem prescrição após uma dor de cabeça ou gripe? Em países onde a estrutura da saúde pública é precária, a ida a farmácia representa a primeira opção para resolver o problema. Porém, a automedicação pode trazer problemas sérios a saúde.

O uso de medicamentos de forma incorreta pode acarretar o agravamento de uma doença, uma vez que a utilização incorreta ou irracional pode esconder determinados sintomas e conseqüências, como reações alérgicas, podendo levar o paciente a morte.

A farmacêutica Fernanda Carneiro, acredita que existem dois fatores para que as pessoas recorram primeiro à farmacia. Ouça abaixo.



Segundo dados de 2007 do Sistema Nacional de Informações Tóxico-farmacológicas (SINTOX), os medicamentos são responsáveis por 30% de todas as notificações de  intoxicação.

Tomar remédio sem prescrição pode trazer riscos à saúde. De acordo com a Dr. Luciana Oliveira, o maior problema é mascarar uma doença. “Quando a pessoa resolve ir a o médico, o problema já está avançado. Essa situação faz o médico tomar atitudes mais agressivas, como ingestão de medicamentos mais fortes. No fim das contas, o barato sai caro”, explicou.

Margarete Souza, 41, já comprou e ingeriu medicamentos sem prescrição, porém em uma dessas vezes teve uma reação adversa. “Tomei antiinflamatório e antibiótico no mesmo dia. Pouco tempo depois comecei a ter uma reação alérgica. Tive que fazer inalação e tomar cortisona para cortar o efeito dos remédios”, conta.

Há quem seja mais precavido e tenha cuidados antes de tomar remédios, como conversar com o farmacêutico. Esse é o caso de Fábio Bonillo, 22.





Medicamentos isentos de prescrição não poderão ser vendidos sem consulta ao farmacêutico

No Brasil, embora haja regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para a venda de medicamentos que possam ser adquiridos sem prescrição, não há orientação para aqueles que os utilizam.


Na maioria das vezes, os pacientes não lêem a bula antes de ingerir a medicação, podendo tomar altas doses ou ser sensível a algum composto.


Para conter a automedicação, a ANVISA criou uma nova resolução que, entre outras coisas, determina que os remédios como antitérmicos, analgésicos entre outros, não poderão mais ficar dispostos em gôndolas acessíveis aos clientes nas farmácias e drogarias.


A norma entrou em vigor em 18 de agosto de 2009, mas os estabelecimentos tem até seis meses para se adaptar. Após esse período, caso seja autuado, o proprietário pode ser condenado ao pagamento de multas.


Assim, quem tiver uma simples dor de cabeça vai ter de explicar ao farmacêutico por que deseja comprar aquele remédio e responder a algumas perguntas sobre sua saúde antes de concluir a compra.


Ouça a opinião da farmacêutica sobre a nova resolução

1º Salão de Humor de Campinas reúne trabalhos de 25 países


Aline Borges
Maria Lúcia Barquilha



Até 19 de dezembro,  Campinas será sede do riso com o 1º Salão Internacional de Humor da cidade. O objetivo é abrir uma oportunidade para artistas da região revelarem seu talento além de reunir e compartilhar trabalhos de outros estados e países.

A ideia de promover o evento surgiu do jornalista Jan Fernandes e do ilustrador Dino Alves; juntos eles decidiram dar o passo inicial para revelar artistas de talento que não tem espaço na região. “O próprio Ziraldo diz que Campinas é um celeiro de artistas do humor, então nós pensamos, por que não?” afirma Fernandes.

Ao todo foram recebidos 1.200 trabalhos de mais de 25 países, entre eles Israel, Bulgária e Tailândia. Para facilitar a participação, as obras foram enviadas por e-mail e impressas em tamanho real. “Estas não são as originais, mas a questão da internet favoreceu a participação de artistas de outros estados e países. Não perdemos em qualidade”, explica o organizador do Salão, Marcos Shizumo.




Salão distribuiu cerca de R$ 16 mil em prêmios



A primeira edição do Salão distribuiu cerca de R$ 16 mil em prêmios nas categorias cartum, charge e caricatura.  Além destas modalidades, os artistas também puderam concorrer na categoria Carlos Gomes, em homenagem ao compositor campineiro.

“Foi muito difícil escolher os trabalhos justamente pela qualidade daquilo que recebemos. Nossa intenção inicial era de expor cerca 100 obras, mas acabamos selecionando 177 para o Salão”, explica Bira Dantas, presidente do Júri.

Os premiados em cada categoria receberam de R$ 1 mil a R$ 3 mil em dinheiro, além de menção honrosa para outros participantes que também se destacaram. (Veja aqui os artistas e obras ganhadoras)

Aprenda a diferenciar cada uma das categorias.




Oportunidade

A realização do 1º Salão de Humor de Campinas serviu como passo inicial para uma série de outros eventos. “Nós já temos programados o 2º Salão de Humor para o início do ano que vem no MAC e ainda a 1ª Bienal Internacional do Humor de Campinas”, comemora Jan.

Para Alexandre Siqueira, desenhista que expõe pela primeira vez no Salão, a realização deste tipo de evento é de extrema importância para o profissional desta área. “São nestes eventos que encontramos outros desenhistas e trocamos experiências. É exatamente isso que nossa região precisa, profissionais qualificados e um espaço para divulgar seu trabalho.”

Serviço
O que: 1º Salão de Humor de Campinas
Onde: Centro de Convivência de Campinas (Praça da Imprensa Fluminence, s/n, Cambuí)
Quando: De terça a domingo, até o dia 19 de dezembro
Quanto: Entrada Franca





Remédios contra impotência, hipertensão e colesterol ficarão mais barato em 2010





Caio Falcão
Darío Adán
Fernanda Marion

Em 2010 vencem as patentes dos medicamentos Diovan (contra hipertensão), Lípitor (contra colesterol alto) e o famoso Viagra (contra impotência sexual). Assim, fica autorizada a produção e venda de suas versões genéricas, que custam, por lei, no mínimo 35% menos que os remédios de marca.

“O medicamento genérico é bem mais barato que o de referência. Esse preço se justifica, principalmente, porque a pesquisa para a produção de um produto genérico é bem mais simples que a de um produto inovador, inédito, de marca”, explica Renata Alves, analista de Patentes da Medley Indústria Farmacêutica, uma das três maiores produtoras de genéricos no Brasil.



Além da exigência em relação ao preço, o Genérico deve ter a mesma fórmula farmacêutica e a mesma substância ativa. Ou seja, precisa ter o mesmo efeito do medicamento de referência. “O produto genérico tem que ser igual ao produto de referência. Tem que ser praticamente uma cópia para agir da mesma maneira no organismo”, completa Renata.

Essa equivalência é cientificamente comprovada através de testes e pesquisas. Mas isso não é o suficiente para convencer o consumidor que o Genérico é igual ao remédio de referência. É o que afirma o farmacêutico Marcos Vivas, da Superfarma do distrito de Barão Geraldo, em Campinas: “Já aconteceu de o cliente trocar o remédio de referência pelo genérico e reclamar que não obteve o mesmo efeito. Mas isso é só impressão, já que a fórmula é submetida a rígidos testes antes de ser lançada no mercado”, explica.




Apesar de não serem unanimidade entre os clientes, os medicamentos genéricos já representam 18% do mercado brasileiro, de acordo com Armando Martinelli Neto, coordenador de Comunicação da Medley. Um bom exemplo desse sucesso é a farmácia onde Vivas trabalha. “Vendemos duas vezes mais medicamentos genéricos que de marca. É algo que varia de região para região. Há locais onde os consumidores não têm resistência aos medicamentos genéricos e valorizam mais o preço baixo do que em outros onde o poder aquisitivo é maior”, afirma.






Saiba as diferenças entre os tipos de medicamentos


Medicamentos de Referência 
É um medicamento inovador. Há investimentos contundentes no desenvolvimento do principio ativo e, por ser resultado de uma série de pesquisas, seu preço é elevado. A eficácia, segurança e qualidade são comprovadas com o registro da patente e, a partir desse registro, o laboratório tem 20 anos de exclusividade na produção do medicamento.


Medicamento Genérico
É baseado no mesmo princípio ativo do medicamento de referência. Dessa forma, tem os mesmos efeitos no organismo do paciente e é intercambiável. Os genéricos se apresentam na mesma forma farmacêutica (comprimido, cápsula, líquido, etc.), são absorvidos na mesma quantidade e velocidade que os de referência e também passam por teste de bioequivalência.


Medicamento Similar
Apresenta a mesma forma farmacêutica e fórmula, mas não é bioequivalente ao de referência. 

Moptop se consagra com uma das principais bandas independentes do País





Pela primeira vez em Campinas, a banda indie carioca Moptop se apresentou na cidade, trazendo seu rock alternativo, com influências de grupo famosos desse cenário, como o The Cure, The Clash, Ramones, Beatles e Strokes, entre outros.

O evento marcou o bom momento vivido por Campinas, que há mais de um ano tem sido parada quase que obrigatória para grupos de diversas partes do Brasil. O show é organizado pelo Rock ‘n’ Beats - projeto já trouxe bandas como Copacabana Club (Curitiba), Holger (São Paulo), Monique Maion (São Paulo) que, inclusive, já fizeram shows internacionais e hoje participam dos grandes festivais de música independente no Brasil.


O Moptop é um desses casos raros na cena independente brasileira. Apoiado totalmente na sua qualidade musical, a banda passou a fazer parte do cast de uma das maiores gravadoras hoje, a Universal Music -- depois de negociações com a Sony Music.


Com dois álbuns na bagagem - “Moptop” (2006) e “Como se Comportar” (2008), além de dividir o palco com nomes como Faith no More, Mutantes, Oasis, Keane, Placebo, The Bravery e Magic Numbers -, o grupo carioca formado por Gabriel Marques, Rodrigo Curi, Mário Mamede e Daniel Campos, é apontado como uma das grandes bandas de rock and roll do país nesse fim de década.


A banda, que começou ainda em 2003 com o nome de Delux, chegou a ser confundida com os Strokes, e recebeu proposta de uma empresária de Los Angeles, que viajou até o Rio de Janeiro para contratar os meninos do, hoje, Moptop. Essas comparações e semelhanças do grupo com o rock feito nos anos 2000 trouxeram, além do frenesí dos shows, dançantes e enérgicos, uma leva de fãs, que culminou em um dos maiores hits da música alternativa brasileira nos últimos anos, “O Rock Acabou”, do primeiro disco do grupo.


Para falar um pouco sobre a banda, o momento do rock and roll brasileiro, e contar sobre os planos de um novo álbum e, quem sabe, um DVD ao vivo, batemos um papo com o Mario Mamede, baterista da banda, e canal direto do grupo carioca nas redes sociais (Twitter, Orkut, etc). Quer saber se vem lançamento por aí, histórias do começo do Moptop? 


Confira entrevista com a Banda Moptop





Primeiramente, conte um pouco da história do Moptop pra quem ainda não conhece tão bem a banda. Desde a formação, demos, enfim, todo o processo que trouxe vocês até onde estão hoje, no rock alternativo brasileiro.


Mario – A banda começou em 2003, com o Gabriel que tinha umas canções e muita curiosidade com os softwares de edição de música. Ele se juntou ao amigo e guitarrista Rodrigo Curi, que por sua vez chamou o Daniel Campos no baixo. Entrei depois, através de um amigo em comum de faculdade que me mostrou uma pré da primeira demo.


A banda se chamava Delux na época e, nesse meio tempo, foi criado o website para a Delux. Nos fórums gringos que cadastrávamos achavam que nossas canções eram na verdade do segundo disco do Strokes que ia sair, pois o repertório era metade em inglês e a outra em português. Uma empresária de Los Angeles chegou a vir para o Brasil para nos convencer de uma carreia internacional, mas estávamos muito crus e achamos melhor começar por aqui mesmo e tendo certeza que estávamos fazendo alguma coisa pelo menos interessante.


Em 2004 fomos registrar o nome Delux e descobrimos que já estava sendo usado e mudamos para Moptop, em homenagem ao corte de cabelo que os Beatles e toda uma geração até hoje usa. Gravamos uma demo nos mesmo moldes caseiros só que dessa vez com o repertório todo em nossa língua. Durante esse tempo participamos de festivais, abrimos shows internacionais e começamos a aparecer para o mercado, ganhamos prêmios importantes e com isso muitas gravadoras fizeram propostas.


Ficamos um tempo para assinar com a Sony e depois viramos parceiros da Universal Music, onde lançamos dois discos, sempre tocando tanto para o público mainstream quanto para o underground, nos identificamos muito com a cena independente também. O primeiro disco chamado “Moptop” saiu em 2006 e os clipes de “O Rock Acabou” e “Sempre Igual” rodaram bastante. O segundo disco saiu em 2008 e se chama “Como se Comportar”, desse disco trabalhamos clipes de “Aonde quer Chegar”, “Bom Par” e o próximo clipe que em breve sai do forno: a música “Contramão”.




Vocês farão o primeiro show em Campinas -- desde a formação da banda -- nesta sexta-feira (27/11). Porque demoraram tanto?


Acho que demoramos pois as coisas têm seu tempo certo. Sei que quase fomos várias vezes mas por algum motivo cabalístico aconteceu só agora. Estamos muito felizes e ansiosos pra subir no palco e fazer o nosso som. Só recebo ótimos feedbacks da cena de Campinas e de como seu público aprecia e se entrega ao rock and roll.


Ao lado do Vanguart, vocês fazem parte de um seleto grupo de bandas nesta década que assinaram com uma gravadora de grande porte -- nesse caso, a Universal Music. Como foi esse processo e, depois de dois discos por uma major, vocês acham que fizeram a escolha certa? O Moptop não teria a mesma visibilidade se continuasse o caminho estritamente independente, mesmo com o crescimento da divulgação de música pela internet?


Fizemos a coisa certa. Dessa união com a gravadora tivemos chance de trabalhar com amigos e profissionais competentes e sempre tivemos a liberdade de escolher e criar do nosso jeito. O caminho independente é tão rico quanto o de uma major se existe uma dedicação séria por parte dos envolvidos. Até hoje, nunca descartamos o caminho independente para o Moptop. Nos preocupamos em fazer o nosso som, fazer shows, gravar nossos discos e clipes e curtir ao lado dos fãs nas estradas que despontam em nosso futuro, quem qusier abraçar essa causa e trabalhar honestamente conosco, melhor.


Ainda sobre a internet, você acha que nessa era “pós-Myspace”, as gravadoras não são mais o objetivo da maioria das bandas? E num contexto mais amplo, você acha que ferramentas como o Myspace, Twitter, Orkut, Facebook e todas as formas de comunicação na rede, fizeram o rock brasileiro crescer qualitativamente, ou apenas em quantidade?


Pra todo mundo caiu uma ficha que o mais importante é fazer o som, se pintar gravadora ou outro parceiro para trabalhar junto, melhor ainda. As ferramentas da internet são o que existe de mais democrático na modernidade para disseminar a arte e outros conteúdos. Um fenômeno que ainda estamos engatinhando e aprendendo a tirar proveito, mas com resultados já aparentes. O rock brasileiro vive seu maior momento de expansão na minha opinião, são muitos artistas de qualidade aparecendo a todo momento e cada vez mais a cultura brasileira se desenha rica e derivada. Adoro viajar e participar de um show e conhecer uma banda nova que anda fazendo um som legal.


Vocês sempre foram citados como a banda nacional que mais se assemelhava ao rock feito nesta década -- principalmente o de bandas como Strokes, Franz Ferdinand, The Killers. Vocês ouvem ou ouviam muito esse tipo de música, ainda ouvem, ou hoje as influências são outras?


Ouvimos sempre. Gostamos das velharias, também. As influências são as mesmas, aquela mistura de rock clássico com punk, garage e alternativo. Gostamos do lado dançante do rock and roll, das batidas competentes e guitarradas melódicas e vigorosas.


O Moptop mudou muito desde o lançamento do primeiro EP, “MoonRock”, até hoje, já com o segundo álbum, “Como se Comportar”? O que mudou, além de fazerem mais shows e ficarem um pouco mais velhos? hehehe. Gostos, influências musicais, caminhos na carreira?


O Moptop esta sempre mudando, isso é importante para uma banda. Estamos cada vez mais sintonizados um com o outro na produção de shows e de música. Experiência é algo muito importante e que acaba definindo qualitativamente em uma série de fatores. Vamos continuar fazendo nosso som e se preocupando em sempre superar nossos limites.


Aproveitando o papo sobre mudanças, “Como se Comportar” já foi lançado há algum tempo. A banda está preparando um novo álbum, já está compondo, pensando em algum lançamento? Caso sim, veremos um Moptop diferente, seguindo outros rumos? Quais?


Estamos planejando um disco novo para 2010 e queremos fazer com a maior calma possível. Temos em mente também, fazer um EP em inglês. Não dá para saber o que vêm por aí: o Moptop entra em estúdio sem se preocupar com o que vai parecer, só com o que vamos sentir. Nem começamos a compor ainda, sei que tem umas letras e uns riffs, algumas melodias espalhadas por aí. Uma coisa é certa, o terceiro disco vai ser estrondoso. Muitos estão pedindo um DVD ao vivo, vamos ver o que acontece…


O Moptop já percorreu mais de 15 estados e mais de 100 cidades cidades em todo o Brasil como atração principal, e nos grandes festivais do país, além de ter sido escalado para shows do Faith no More, Oasis, Keane, Placebo, The Bravery, Magic Numbers e, na semana passada, The Walkmen, no Festival Universitário MTV. O que é melhor? Cair na estrada e tocar por todos os cantos e festivais, ou dividir o palco com grandes bandas internacionais e tocar, muitas vezes, para um número de pessoas quase inimaginável no começo da carreira?


As duas coisas se completam; fazer shows com bandas internacionais e poder mostrar o nosso som e dividir o palco com bandas como Interpol, Mutantes e tantas outras, quanto subir num palco menor e tocar ao lado de bandas nem tão conhecidas mas tão grandes quanto essas famosas. Desde o começo de carreira o Moptop pensa como hoje: fazer o melhor em levar o nosso som para o maior número de pessoas.


Aproveite e fale um pouco de como foi a experiência no Festival Universitário MTV. Vocês foram escolhidos como a principal atração nacional na noite que fechou o evento, e dividiram o palco com os nova iorquinos do The Walkmen.


A Mtv sempre acreditou no nosso talento e nos apoiou desde o começo. O festival foi excelente. Esse reconhecimento não tem preço. Fomos apresentados com um dos melhores shows de rock do Brasil. Nosso show foi frenético e logo depois sobe o The Walkmen descendo a lenha. A curadoria e estrutura do evento estavam impecáveis. Quem conferiu sabe do que estou dizendo. Tivemos a oportunidade de ajudar emprestando equipamento pro The Walkmen que teve problemas durante a viagem.


Quais são as melhores bandas nacionais, hoje?


Eu gosto de muitas bandas nacionais e dizer qual é melhor que a outra implica no gosto pessoal. Curto The Dead Rocks, Rockz, Vanguart, Cachorro Grande, Autoramas, Canastra, Rock Rocket, Moveis Coloniais de Acajú, MQN, Eletro, Facas Voadoras, The Feitos, Nervoso, Binário, Stellabella, Macaco Bong, Maldita, Los Porongas, Rockted, Os Azuis, Columbia, Brasov, Zumbi do Mato, Imago Mortis, Filhos da Judith, Mombojó, Ludov, Monno, Arnaldo Antunes…poxa, agora que estou escrevendo aparecem muitas bandas boas na minha cabeça. Tem muito som legal por aí é só procurar que acha.


Por fim, fale um pouco sobre a expectativa para o show de sexta-feira (27/11), no Rock ‘n’ Beats, que será realizado no Hammer Rock Bar, e mande um recado para todo mundo que está ansioso para ver o Moptop pela primeira vez em Campinas.


Estamos esperando uma estrutura bacana. Estamos chegando! Quero ver se o público é tão louco quanto me falam. Vamos tocar músicas dos nossos dois discos e quem conhecer as letras pode cantar junto que isso deixa a gente doido no palco. YEEEEEEEEEEAH ROOOOOOOOOOOCK!!!!