domingo, 11 de outubro de 2009

A comédia stand-up no Brasil sob a ótica de Danilo Gentili



Caio H. Falcão
Dario Adán
Fernanda Marion




Humorista, cartunista e repórter do programa CQC – Custe o Que Custar, da Bandeirantes – Danilo Gentili se formou em Publicidade e Propaganda na UniABC, mas ele próprio diz que isso não importa. Quem pensa que o trabalho de Gentili se resume a gravações e shows está muito enganado. Muito antes de fazer sucesso, ele ajudou na formação de um ‘jeitinho brasileiro’ de fazer stand-up comedy, gênero que hoje tem núcleos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Ele também escreve a ‘Coluna Invertebrada’, que é publicada toda segunda-feira no Jornal Metro, de São Paulo, e formou a ‘Pior Banda do Mundo’ com o amigo e humorista Rogério Morgado.


Confira a história do humorista em vídeo feito pelo CQC:





O sucesso que faz hoje é fruto de seu jeito irreverente que lhe garantiu espaço e o tornou um dos ícones da geração jovem do País. Os shows do humorista estão sempre cheios e não são raras as seções extras para atender a todo o público e foi devido ao sucesso como humorista que Gentili foi convidado para integrar a equipe do CQC. Reflexo do reconhecimento do público é a indicação no VMB 2009 (Vídeo Music Brasil, premiação da MTV Brasil) para “Melhor Twitter”, onde tem cerca de 338 mil seguidores. Além disso, por causa do seu humor polêmico e irônico, ele foi alvo de agressões de seguranças do Senado por tentar fazer algumas perguntas ao presidente do Senado, José Sarney, no período de crise na Casa e também foi acusado pelo Ministério Público de ter feito um comentário racista no Twitter.


Confira vídeo de Danilo Gentili sendo agredido por seguranças do Sarney




Saiba + NetComo você vê a recente sedimentação e popularização do gênero de comédia stand-up no Brasil?


Danilo Gentili – Na verdade sempre teve alguém fazendo comédia stand-up, mas hoje em dia ela está cada bem mais parecida ou praticamente igual à dos Estados Unidos. Cada um faz o próprio texto, é algo recente no País. Eu sempre persegui o gênero e busquei que isso (a sedimentação) acontecesse. Há alguns anos surgiu em São Paulo um movimento com a Marcela Leal, o Marcelo Mendes, o Oscar [Filho], o Rafinha [Bastos] e o Márcio Ribeiro. Eles começaram a fazer shows em bares por lá e como eu sempre ligava procurando onde fazer, porque eu sempre quis, encontrei-os bem quando estavam começando e aí eu os conheci, me apresentei por lá [em São Paulo] e depois fui me apresentando. Começou um foco em São Paulo com essas pessoas, depois teve um foco no Rio de Janeiro com o Cláudio, o Caruso, o Paulo Carvalho. Já tinha também em Curitiba, onde o Diogo que fazia, e em Minas era o Bruno Motta. Então teve um foco aqui, outro ali, e foi aumentando, mais gente que fazia foi aparecendo e hoje é um segmento da comédia, um gênero de humor que tem uma classe própria.


Saiba + NetQuais as diferenças entre o stand-up dos EUA e o brasileiro?


Danilo Gentili – O diferente é que no Brasil o comediante ainda é ‘dono’ do próprio show. Nos EUA tem os comedy clubs. O ‘cara’ [dono] do comedy club é quem contrata o comediante pra se apresentar na casa de show. Já no Brasil os comediantes é que se juntam para ir a bares e fazerem a própria apresentação. Por isso o comediante ainda é ‘dono’ do show.


Saiba + Net - Qual a diferença do seu trabalho no CQC e como comediante stand-up?


Saiba + NetComo você cria as piadas? Há algum ‘processo’ específico?


Danilo Gentili – É questão de observar. Cada um tem um gênero. Quer ver, o Oscar [Filho] tem um gênero mais ‘físico’, eu tento ter um gênero que faça as pessoas se identificarem com o que eu digo. Tem o Rogério [Morgado], que é do gênero sem graça. Eu tento tirar [as piadas] observando o cotidiano, minha vida, coisas que aconteceram comigo.


Saiba + Net - Como é entrar no palco sem interpretar um personagem? Você planeja o que vai falar?






Saiba + Net - Você nunca teve medo de palco?


Danilo Gentili Não, não. Eu tenho medo de testar piada nova, porque eu não sei se vão rir ou se não vão, se vão achar que eu sou sem graça. Se a coisa é nova, eu tenho medo. Mais depende muito do dia, sempre da um pouco de medo de ser rejeitado quando estou num lugar diferente. Penso “e se aqui na Bahia ninguém gostar de mim?”


Saiba + Net - Como você lida com o público no palco e fora dele?


Saiba + Net - A comédia pra você é um ganha-pão ou um estilo de vida?

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