quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Confira entrevista com a Banda Moptop





Primeiramente, conte um pouco da história do Moptop pra quem ainda não conhece tão bem a banda. Desde a formação, demos, enfim, todo o processo que trouxe vocês até onde estão hoje, no rock alternativo brasileiro.


Mario – A banda começou em 2003, com o Gabriel que tinha umas canções e muita curiosidade com os softwares de edição de música. Ele se juntou ao amigo e guitarrista Rodrigo Curi, que por sua vez chamou o Daniel Campos no baixo. Entrei depois, através de um amigo em comum de faculdade que me mostrou uma pré da primeira demo.


A banda se chamava Delux na época e, nesse meio tempo, foi criado o website para a Delux. Nos fórums gringos que cadastrávamos achavam que nossas canções eram na verdade do segundo disco do Strokes que ia sair, pois o repertório era metade em inglês e a outra em português. Uma empresária de Los Angeles chegou a vir para o Brasil para nos convencer de uma carreia internacional, mas estávamos muito crus e achamos melhor começar por aqui mesmo e tendo certeza que estávamos fazendo alguma coisa pelo menos interessante.


Em 2004 fomos registrar o nome Delux e descobrimos que já estava sendo usado e mudamos para Moptop, em homenagem ao corte de cabelo que os Beatles e toda uma geração até hoje usa. Gravamos uma demo nos mesmo moldes caseiros só que dessa vez com o repertório todo em nossa língua. Durante esse tempo participamos de festivais, abrimos shows internacionais e começamos a aparecer para o mercado, ganhamos prêmios importantes e com isso muitas gravadoras fizeram propostas.


Ficamos um tempo para assinar com a Sony e depois viramos parceiros da Universal Music, onde lançamos dois discos, sempre tocando tanto para o público mainstream quanto para o underground, nos identificamos muito com a cena independente também. O primeiro disco chamado “Moptop” saiu em 2006 e os clipes de “O Rock Acabou” e “Sempre Igual” rodaram bastante. O segundo disco saiu em 2008 e se chama “Como se Comportar”, desse disco trabalhamos clipes de “Aonde quer Chegar”, “Bom Par” e o próximo clipe que em breve sai do forno: a música “Contramão”.




Vocês farão o primeiro show em Campinas -- desde a formação da banda -- nesta sexta-feira (27/11). Porque demoraram tanto?


Acho que demoramos pois as coisas têm seu tempo certo. Sei que quase fomos várias vezes mas por algum motivo cabalístico aconteceu só agora. Estamos muito felizes e ansiosos pra subir no palco e fazer o nosso som. Só recebo ótimos feedbacks da cena de Campinas e de como seu público aprecia e se entrega ao rock and roll.


Ao lado do Vanguart, vocês fazem parte de um seleto grupo de bandas nesta década que assinaram com uma gravadora de grande porte -- nesse caso, a Universal Music. Como foi esse processo e, depois de dois discos por uma major, vocês acham que fizeram a escolha certa? O Moptop não teria a mesma visibilidade se continuasse o caminho estritamente independente, mesmo com o crescimento da divulgação de música pela internet?


Fizemos a coisa certa. Dessa união com a gravadora tivemos chance de trabalhar com amigos e profissionais competentes e sempre tivemos a liberdade de escolher e criar do nosso jeito. O caminho independente é tão rico quanto o de uma major se existe uma dedicação séria por parte dos envolvidos. Até hoje, nunca descartamos o caminho independente para o Moptop. Nos preocupamos em fazer o nosso som, fazer shows, gravar nossos discos e clipes e curtir ao lado dos fãs nas estradas que despontam em nosso futuro, quem qusier abraçar essa causa e trabalhar honestamente conosco, melhor.


Ainda sobre a internet, você acha que nessa era “pós-Myspace”, as gravadoras não são mais o objetivo da maioria das bandas? E num contexto mais amplo, você acha que ferramentas como o Myspace, Twitter, Orkut, Facebook e todas as formas de comunicação na rede, fizeram o rock brasileiro crescer qualitativamente, ou apenas em quantidade?


Pra todo mundo caiu uma ficha que o mais importante é fazer o som, se pintar gravadora ou outro parceiro para trabalhar junto, melhor ainda. As ferramentas da internet são o que existe de mais democrático na modernidade para disseminar a arte e outros conteúdos. Um fenômeno que ainda estamos engatinhando e aprendendo a tirar proveito, mas com resultados já aparentes. O rock brasileiro vive seu maior momento de expansão na minha opinião, são muitos artistas de qualidade aparecendo a todo momento e cada vez mais a cultura brasileira se desenha rica e derivada. Adoro viajar e participar de um show e conhecer uma banda nova que anda fazendo um som legal.


Vocês sempre foram citados como a banda nacional que mais se assemelhava ao rock feito nesta década -- principalmente o de bandas como Strokes, Franz Ferdinand, The Killers. Vocês ouvem ou ouviam muito esse tipo de música, ainda ouvem, ou hoje as influências são outras?


Ouvimos sempre. Gostamos das velharias, também. As influências são as mesmas, aquela mistura de rock clássico com punk, garage e alternativo. Gostamos do lado dançante do rock and roll, das batidas competentes e guitarradas melódicas e vigorosas.


O Moptop mudou muito desde o lançamento do primeiro EP, “MoonRock”, até hoje, já com o segundo álbum, “Como se Comportar”? O que mudou, além de fazerem mais shows e ficarem um pouco mais velhos? hehehe. Gostos, influências musicais, caminhos na carreira?


O Moptop esta sempre mudando, isso é importante para uma banda. Estamos cada vez mais sintonizados um com o outro na produção de shows e de música. Experiência é algo muito importante e que acaba definindo qualitativamente em uma série de fatores. Vamos continuar fazendo nosso som e se preocupando em sempre superar nossos limites.


Aproveitando o papo sobre mudanças, “Como se Comportar” já foi lançado há algum tempo. A banda está preparando um novo álbum, já está compondo, pensando em algum lançamento? Caso sim, veremos um Moptop diferente, seguindo outros rumos? Quais?


Estamos planejando um disco novo para 2010 e queremos fazer com a maior calma possível. Temos em mente também, fazer um EP em inglês. Não dá para saber o que vêm por aí: o Moptop entra em estúdio sem se preocupar com o que vai parecer, só com o que vamos sentir. Nem começamos a compor ainda, sei que tem umas letras e uns riffs, algumas melodias espalhadas por aí. Uma coisa é certa, o terceiro disco vai ser estrondoso. Muitos estão pedindo um DVD ao vivo, vamos ver o que acontece…


O Moptop já percorreu mais de 15 estados e mais de 100 cidades cidades em todo o Brasil como atração principal, e nos grandes festivais do país, além de ter sido escalado para shows do Faith no More, Oasis, Keane, Placebo, The Bravery, Magic Numbers e, na semana passada, The Walkmen, no Festival Universitário MTV. O que é melhor? Cair na estrada e tocar por todos os cantos e festivais, ou dividir o palco com grandes bandas internacionais e tocar, muitas vezes, para um número de pessoas quase inimaginável no começo da carreira?


As duas coisas se completam; fazer shows com bandas internacionais e poder mostrar o nosso som e dividir o palco com bandas como Interpol, Mutantes e tantas outras, quanto subir num palco menor e tocar ao lado de bandas nem tão conhecidas mas tão grandes quanto essas famosas. Desde o começo de carreira o Moptop pensa como hoje: fazer o melhor em levar o nosso som para o maior número de pessoas.


Aproveite e fale um pouco de como foi a experiência no Festival Universitário MTV. Vocês foram escolhidos como a principal atração nacional na noite que fechou o evento, e dividiram o palco com os nova iorquinos do The Walkmen.


A Mtv sempre acreditou no nosso talento e nos apoiou desde o começo. O festival foi excelente. Esse reconhecimento não tem preço. Fomos apresentados com um dos melhores shows de rock do Brasil. Nosso show foi frenético e logo depois sobe o The Walkmen descendo a lenha. A curadoria e estrutura do evento estavam impecáveis. Quem conferiu sabe do que estou dizendo. Tivemos a oportunidade de ajudar emprestando equipamento pro The Walkmen que teve problemas durante a viagem.


Quais são as melhores bandas nacionais, hoje?


Eu gosto de muitas bandas nacionais e dizer qual é melhor que a outra implica no gosto pessoal. Curto The Dead Rocks, Rockz, Vanguart, Cachorro Grande, Autoramas, Canastra, Rock Rocket, Moveis Coloniais de Acajú, MQN, Eletro, Facas Voadoras, The Feitos, Nervoso, Binário, Stellabella, Macaco Bong, Maldita, Los Porongas, Rockted, Os Azuis, Columbia, Brasov, Zumbi do Mato, Imago Mortis, Filhos da Judith, Mombojó, Ludov, Monno, Arnaldo Antunes…poxa, agora que estou escrevendo aparecem muitas bandas boas na minha cabeça. Tem muito som legal por aí é só procurar que acha.


Por fim, fale um pouco sobre a expectativa para o show de sexta-feira (27/11), no Rock ‘n’ Beats, que será realizado no Hammer Rock Bar, e mande um recado para todo mundo que está ansioso para ver o Moptop pela primeira vez em Campinas.


Estamos esperando uma estrutura bacana. Estamos chegando! Quero ver se o público é tão louco quanto me falam. Vamos tocar músicas dos nossos dois discos e quem conhecer as letras pode cantar junto que isso deixa a gente doido no palco. YEEEEEEEEEEAH ROOOOOOOOOOOCK!!!!

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